quarta-feira, 5 de setembro de 2007

ADVENTO

São olhos que ainda vêem
Na inocência de ser.
Como as árvores sem
Ainda as mangas.
Como águas sem ainda os peixes.
Como peixes, sem ainda
As margens.
Como o céu, sem ainda os ventos.
Os homens sem anzóis,
Anzóis sem as águas,
Águas sem os nós que, de nós, fizemos.
As redes que em nós tecemos.
O destino que,
No rio,
Em nós, descemos.
Para a foz
De todos nós
Comum.


Antônio Rebouças Falcão - 2007