quarta-feira, 26 de novembro de 2008

EU NÃO ESTAVA FUMANDO

Minha resposta a uma anti-tabagista fanática que indagava por que um ser humano racional fazia mal à própria saúde:

- Não pretendo ficar muito tempo por aqui. Não gosto desse mundo. Se a senhora gosta, faça bom proveito.

Olhou-me perplexa, inchada e, pouco a pouco, foi engavetando seu impertinente desrespeito a meu direito em deliberar sobre minha própria vida. Sentia-se confortável em sua noção pedestre de que o ser humano não passa de um esqueleto forrado de vontade e razão. A arrogância sanitária “bem posta” prolifera.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

POR ORA

Hoje à tarde, do nada, pensei: tendem a isso: formar convicções e deixá-las em repouso. O que as ameaçar ou perturbar o repouso lhes parecerá intolerável. Seja uma opinião diversa ou uma ação de outrem imprevista por suas expectativas firmadas. O fanatismo nasce de convicções sob ameaça paranoicamente imaginada - criam-se persuasões enlouquecidas, agressivas. Por isso a maioria das pessoas só gosta de ler ou ouvir aquilo com o que previamente já concordam. Numa espécie de liturgia que lhes é confortável. A maioria será sempre burra? Fico com a caneta nervosa a pensar por mim. É...