PENSAMENTOS ÚNICOS
As tantas coisas (há outras em profusão) mais idiotas de minha contemporaneidade: a auto-estima, o resgate da cidadania, a qualidade de vida, o desenvolvimento sustentável, a inclusão social, o respeito às diferenças, a ação afirmativa, o aquecimento global, o consumo cidadão, a direção autodefensiva, a governança corporativa,a inteligência emocional, o protagonismo, as políticas pró-ativas, o "com certeza!", o "viés de", o "focado em", o "tipo", o "como um todo", o "para o bem e para o mal", "a nível de", "fashion", "glamour" ("glamur"), "country" ("cauntri"), "neste país"; expressões e vocábulos vazios, papagueados em clichês 30 horas por dia, por 15 entre 10 cretinos com voz e presença nos 8 cantos do mundo. Argh!
A indignação não nasce da rejeição aos conceitos, mas do uso repetido das expressões que a eles correspondem; a ponto tal que os vocábulos se descolam deles e vão repousar na preguiça do clichê, que é contagioso. Por isso, na mídia, a repetição à náusea, o empobrecimento. Não é contemporâneo, é moderno talvez. É tão engraçado que elas podem fazer intercâmbio entre si, de forma quase automática. Experimente: "consumo autodefensivo", "resgatar o emocional na inteligência corporativa", ou um "viés pró-ativo na baixa auto-estima", e por aí vai, "com certeza!". Não dá mais pra levar a sério quem desenrola esse novelo analfabeto. Pensa mal, fala mal e escreve pior ainda. É esta minha repulsa.
sábado, 31 de maio de 2008
quinta-feira, 29 de maio de 2008
PONTO
No dia 6 de junho, ser é.
Serei o que for,
Tendo sido o que fui.
Justa, sem franjas.
Exata como régua
De plumas... névoas.
Penetrante como a matéria escura:
Invisível, presente.
Leve como plancton
Povoando as águas frias
Do oceano mais frio.
Quente como a luz
Das estrelas mais persistentes.
SEGUNDA-FEIRA
Como a pena em resíduo
Do pássaro que já se foi,
Nas paralelas da persiana,
Que se abre ao dia,
Que já vem em ordem unida.
Sem a menor cerimônia.
No dia 6 de junho, ser é.
Serei o que for,
Tendo sido o que fui.
Justa, sem franjas.
Exata como régua
De plumas... névoas.
Penetrante como a matéria escura:
Invisível, presente.
Leve como plancton
Povoando as águas frias
Do oceano mais frio.
Quente como a luz
Das estrelas mais persistentes.
SEGUNDA-FEIRA
Como a pena em resíduo
Do pássaro que já se foi,
Nas paralelas da persiana,
Que se abre ao dia,
Que já vem em ordem unida.
Sem a menor cerimônia.
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