COISA DE HUMANOS
Para a consciência, a morte é apenas um momento sem sequência ou consequência. Por esperada, somos dependentes da primeira e, por insondável, temerosos da segunda. Por conseguinte, o que mais tememos na morte? A ausência definitiva da sequência, o que, em si, é consequência. Mesmo, de antemão, sabendo que não estaremos lá para suportar seu peso e seus desdobramentos, o que, em si, é sequência. Medo de perder o que se deseja e o que se teme - um paradoxo. Não se perde o que nem sequer se teve, tem ou terá. O nada é pouco e tudo, muito complicado. Deixa pra lá.
dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
RAVINA
Minha irmã,
Queria lhe dar um piano
Limpo,
Vazio de todas as canções.
Seu, para que apenas você
Fosse carregando-o
Com suas mais queridas melodias.
Uma árvore
Grande e plena,
Arvorada de flores.
Sua para o sempre
De todos os setembros.
Uma montanha
Azul,
Distante e na palma da mão.
Alguma neve no cimo
Com mistérios esquecidos
Nas suas ravinas mais escondidas.
Sua, para o que desse e viesse.
Eu queria tanto mais
Em meu gordo silêncio de desejos.
Mas, ainda assim,
Não sabia bem por quê,
Naquele vazio oblíquo,
Me sentia presente
A xeretar alegrias
Aqui e ali.
Minha irmã,
Queria lhe dar um piano
Limpo,
Vazio de todas as canções.
Seu, para que apenas você
Fosse carregando-o
Com suas mais queridas melodias.
Uma árvore
Grande e plena,
Arvorada de flores.
Sua para o sempre
De todos os setembros.
Uma montanha
Azul,
Distante e na palma da mão.
Alguma neve no cimo
Com mistérios esquecidos
Nas suas ravinas mais escondidas.
Sua, para o que desse e viesse.
Eu queria tanto mais
Em meu gordo silêncio de desejos.
Mas, ainda assim,
Não sabia bem por quê,
Naquele vazio oblíquo,
Me sentia presente
A xeretar alegrias
Aqui e ali.
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