terça-feira, 11 de outubro de 2011

STEVE JOBS

Os primatas nem conseguiram passar pelas primeiras letras e números e já se tornaram bovinos digitais. É uma evolução: de macacos a gado.

Agora, se endividam para, desde já, reservar o IPAD 8. E, milagrosamente, tornam-se escravos digitais. Ele conseguiu. Moço esperto!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ACEITAÇÃO

E se fosse assim?
E se quiséssemos?
De outro modo,
De qualquer jeito?
Por aí e qualquer coisa?
Diga que não. Diga que sim.
Não serei jamais,
Nem que não.
Muito adquirido,
Tomado de mim.
Pleno e bruto.
Diga que vem, que nem.
É AQUI OU ALI

Sinto saudades de um homem,
Boa companhia.
Andávamos por aí,
Sem tanto destino.
Bastávamos lado a lado.
Pegávamos folhas do chão,
Admirávamos o mar.
Éramos grãos de areia,
Lado a lado.
Tantos anos dele e anos meus.
Pena que se foi,
Morreu em minhas mãos.
Eu
Sem piscar, mudo, tonto, besta.
Sinto saudades e sou bem pior,
Eterno e para sempre.
DIZ NÃO

Os muitos onzes.
Às claras.
Mariposas onzes.
Eu, eu mesmo onze.
Ponho as mãos sobre meu corpo.
Onze.
Ando sobre o nu,
Abro as janelas
De casa nenhuma.
Onze.
Deito sobre lençois ausentes,
Enlaçado em onzes.
CONTRAPELO

Quando
As fitas deslaçadas dos presentes
Embaraçam os dedos gordurosos de Natal:
Dizem tanto, por aqui, sem dizer.
Nos encanamentos mais íntimos,
Atravessam, afinados, tantos anos,
Os soluços mais escuros,
As noites escondidas,
As alegrias catraquentas
Mergulhadas nos caldos mais quentes
E as manhãs sequentes,
Geladas, das geladeiras roubadas.
Os afetos de ontem. Do chão.
As noites vãs
Em que dizer é só dizer.
Do trapézio para o mais dentro,
Num mergulho sobre a suja pia.
De mal lavada, a pior das praias: pedra sobre pedra.
O amor mendigado em ciscos,
Escapado em solas de sapatos
De outra noite,
Da qual nem mais lembramos,
Por mais, por mais quê.
Quem há de?