segunda-feira, 7 de outubro de 2013


AVISOS

Quando hoje acordei,
Um sabiá de pé quebrado
Não me disse

Que o sol não permanece.

As crianças como os cachorros

Não correm na relva,

E as flores não se oferecem.

As cartas não contraem núpcias,

Os abraços não se enlaçam.

Eu me contraio em frio.

Sim, sou urso eterno

E a noiva uiva nos lençóis.

A lua dorme de novo,

A noite se esquece de amanhecer.

O café, então, se empedra na pia.

Ah, o sol...

O sol é sal.

SINAL

Há sempre a água

E o branco,

Nossa miserável condição.

E o negro para nunca esquecer.

EM REPOUSO

A mão está onde sempre esteve:

Nos bolsos vazios.

O lenço se despede

Das mesmas paisagens.

As águas adormecem ao relento,

O homem pensa em vão.

E a página teima em branco.