SOMBRA
Esta mão que me escreve
Não acompanha;
Leva, grosso modo, os acenos.
Faz, às vezes, cozinha
Para avisar com o de si
Que não estou onde
As palavras me indiciam.
Ninguém, cada um e todos
Viajam, a esmo, sós e sob
A sentença;
Sem nunca serem encontrados.
Em minha companhia ou
Invisíveis;
Vagam pela mão
Que ainda insiste.
NO FUNDO
Há uma tentação na
Janela em frente:
A luz então fraca,
A morte súbita.
Um dizer que ela me vê.
Se forem muitas as mortes,
Qual delas é assim?
Uma batata entre muitas
Amassada. O não
Dito dela, feito de que nada sei.
Habita em mim sem ser
Frente ou fundo.
Nada sei entretanto,
Divido o leito.
Um broto de chá
No galho consumido
Por pragas brancas.
Brilhando, como nós,
Desatados,
No sol queimado.
sábado, 28 de junho de 2008
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