terça-feira, 10 de março de 2009

NAQUELAS OUTRAS MANHÃS

Como naquela,
Os olhos me despertaram

De uma noite alumiada.
E tórax e membros me moveram
Ao longo do catre mudo.
Então me levantaram.

Eu não.
Este ficou ali
Como nas outras manhãs.
Prisioneiro dos males
Da alma e indolências de espírito.

Até que a labuta
Me arrastasse pelas ruas
Ao gargalo do relógio de ponto.

Um comentário:

Ana Cristina disse...

Falcão,

Gostei muito da última estrofe. Me identifiquei com a forma como você descreveu o fato de o relógio de ponto nos arrancar da cama todos os dias, para um trabalho que,em alguns casos, nos mata um pouco mais a cada dia.

Ana Cristina