sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ela me Disse

A fome corta, na língua,
As suas carnes.

Os lábios movem, na água,
Sussurros nos próprios ouvidos.

Os dedos se quebram,
Na fúria de matar,
Com a linha,
A vulva da agulha.

Os ventres, frágeis de vigor,
Avançam arrepiados,
Desdobrando as ventanias
Das madrugadas mal agradecidas.

O homem se repousa sobre um catre,
Na farinha da mesmice.

Só, se sufoca no silêncio de ouvir-se.
Mas...
Deita-te a seu lado;
A esperança ainda
Não vazou-lhe pelo furo do bolso.

Eu te disse e repito:
A vida é final.

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