segunda-feira, 28 de novembro de 2011

RAVINA

Minha irmã,
Queria lhe dar um piano
Limpo,
Vazio de todas as canções.
Seu, para que apenas você
Fosse carregando-o
Com suas mais queridas melodias.
Uma árvore
Grande e plena,
Arvorada de flores.
Sua para o sempre
De todos os setembros.
Uma montanha
Azul,
Distante e na palma da mão.
Alguma neve no cimo
Com mistérios esquecidos
Nas suas ravinas mais escondidas.
Sua, para o que desse e viesse.
Eu queria tanto mais
Em meu gordo silêncio de desejos.
Mas, ainda assim,
Não sabia bem por quê,
Naquele vazio oblíquo,
Me sentia presente
A xeretar alegrias
Aqui e ali.

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