sábado, 10 de novembro de 2012

FILOSOFIAZINHA


Todos saberemos, um dia, o quão tolos fomos hoje.

Todos saberemos, um dia, que se, hoje, não sabemos quem somos, nunca saberemos.

Todos saberemos, um dia, que nunca importa o que pensam de nós. Idiotas que somos todos nós.

Todos saberemos, um dia, que pouco importa ignorar nossa origem e fim, a ignorância é de todos.

Todos saberemos, um dia, que crer ou descrer são bobagens. Como ser ou não ser.

Todos saberemos, um dia, que o que valeu a pena ali, não valeu acolá, assim ...

Todos saberemos, um dia, que nossas firmes convicções atuais não passavam de nuvens esquecidas pelo vento.

Todos saberemos, um dia, que nossas esperanças foram tragadas pelo tempo e que este, sim, nos torna o mais banal entre banais.

Todos saberemos, um dia, que ter esperado tanto foi nossa sina, numa estação vazia, despida de ferrovia.

Num dia qualquer - isso sabemos desde sempre - estaremos todos mortos. Assim, é de bom alvitre descontrair.

novembro de 2012

2 comentários:

Rodrigo M. Freire disse...

Eu havia deixado um comentário no outro, mais recente texto. Apenas dizendo que vez ou outra estou por aqui. Mas que sou ensimesmado, que tardo. Dizia também que sua escrita está impregnada de vida e isto me agrada bastante e que era importante deixar uma marca de minha presença, mas parece que por erro (coisas destas tecnologias) o comentário não foi processado. Conheci seus escritos através do Rubens.


Sem mais, com medo de novo erro,

Rodrigo.

Anônimo disse...

Antônio, texto belíssimo, sentimento arrebatador. Obrigado.