sexta-feira, 4 de julho de 2014
QUE PASSE O DIA
Maré no chão:
A garça magistral
Contorna o grande canal
Afogado em porcarias.
Calangões e calanguinhos
Fujões e rapideiros.
Borboletas e libélulas
Sobre a latrina líquida.
Mais além, um mar,
O único que, sob o céu
Voraz, se azula.
Passarinhos que o nome
Nem conhecem
E homens nas sombras das castanheiras
Cujos nomes nem se sabem.
Somente um
Insiste,
Frito no óleo de si,
Numa vaga ideia
Das férias que lhe escapam.
A manhã que o assombra em despedida.
Bem-te-vis, pardais, rolinhas
E a puta que pariu.
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