ONANISMO
Coisas de quando dizer
No silêncio de palavras
Que arrumam lençóis,
Mas não despertam.
Coisas de quando pensar
É quase escrever
No silêncio dos sapatos vazios,
Mas não fazem poemas.
Coisas de ver no escuro
E deixar às mariposas
Que aqueçam, em silêncio, a alma enferma.
Acender a luz e ver,
Ouvir apenas a torneira
Que insiste em pingar
Um rosto esquecido.
Nunca, nunca dormir
Sobre escombros de minhas mazelas.
Ter, como melhor amiga,
Um sabonete banal,
O único que me afaga
Num vazio da tarde do domingo.
Coisas de quando calar e
Nunca, nunca sofrer.
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