quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


ONANISMO


Coisas de quando dizer

No silêncio de palavras

Que arrumam lençóis,

Mas não despertam.

Coisas de quando pensar

É quase escrever

No silêncio dos sapatos vazios,

Mas não fazem poemas.

Coisas de ver no escuro

E deixar às mariposas

Que aqueçam, em silêncio, a alma enferma.

Acender a luz e ver,

Ouvir apenas a torneira

Que insiste em pingar

Um rosto esquecido.

Nunca, nunca dormir

Sobre escombros de minhas mazelas.

Ter, como melhor amiga,

Um sabonete banal,

O único que me afaga

Num vazio da tarde do domingo.

Coisas de quando calar e

Nunca, nunca sofrer.

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