sábado, 25 de julho de 2015



ESVAECIMENTO

A água, sem peias,
Se espalha pelas praças
E me vem inundar
Sem me pedir.
Será o acaso que me venceu
Sem licença ou continência?
Adormeço sobre meus cansados
Braços;
Meus olhos sonham
Uma memória que eu
Mesmo desarmo
Sem anuência que mesmo peça,
Para apoiar-me,
Sobre pé e pernas,
Numa vida que nem abriu cortinas.
E ofereceu-me
Estradas pedregosas.




SANDÁLIA

Ter sido
É coisa de tiras
De couro.
É ter sido
Linda sob seus pés.
Pisei e desfilei.
O futuro começa
Em bois e acaba em sapateiros.
E vai que um dia
Você, como eu, escolhe;
Eu, a sacola,
Você, a cama.
Quem, de nós, há de
Dizer:
Qual das quais lindas
Há de ir primeiro?

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