sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016


IR ALÉM

Muitos dias e a mesma situação:
Atirado ao asfalto
O porta-retratos vazio.
Oferecia a imagem ausente
Que se furtava
E ainda boiava
Na água das chuvas.
E se fosse aquela pessoa senil
Que vi como um cão
De patas feridas?
Este haveria de sofrer ainda mais dores
Por minhas mãos,
Desde os cacos de vidro?
A mordedura na visita do medo,
Ele não saberia por quê.
Quando o céu desanuviasse em sonhos,
Livre correria nos gramados abertos.
No porta-retratos, eu seria o que
Em meu inelutável vazio?

2 comentários:

Maria Cristina disse...

Mamãe morreu dia 23. Achei que gostaria de saber. Maria Cristina.



Maria Cristina disse...

Mamãe morreu dia 23. Achei que gostaria de saber. Maria Cristina.