quarta-feira, 8 de agosto de 2007

HOJE É DIA

O dia é hoje:
Tornaram-me um pai
Desses e daqueles.
Uma sombra desarvorada
Pássaro infirme.

Ando assim, aí.
Meus passos mergulham
Na água despovoada.
E gosto da noite das grutas.

O amor passa a minha volta.
Abrem e fecham portas.
E a volúpia das sete chaves
Fica em outro bairro.

Gosto das casas sem muros
E dos jardins desorganizados.
O acaso é meu pai.
Acordo num pântano.

Minha insignificância
Agasalha-se
Na vacuidade das distâncias
infinitas.
Eu nasci morto.
Feliz é hoje, o dia. Este imponderável.
antonio rebouças falcão - agosto de 02

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