MAR DE DOMINGOS
Uma fruta cozida lambe a toalha,
Formiguinhas de açúcar costuram
A cozinha.
Uma torneira vigia copos vazios,
Talheres parlamentam sobras e colas.
É quase manhã. O que há de ser?
É quase manhã. Será um domingo.
No verão, respiram um sono de cera.
O escuro dos quartos enxuga
Os vãos de suspiros.
A família dorme mal seus miúdos.
E dezembro, assim manso,
Faz grande a barriga. Como grande e bruta
A alegria;
Sonoro, o gargalhar;
Pesada a noite e o pão de Jó.
dezembro de 1995
A. R Falcão
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
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