UM DIA MEMORÁVEL
Às seis horas da manhã de uma quinta-feira, desce, por uma movimentada avenida, a caminho do trabalho, um respeitável senhor de meia idade, modos educados e muito bem ajambrado. Pedestre convicto de seu meio, diríamos, natural de transporte. É bem verdade que em franco desprestígio e sofrendo enorme desrespeito das autoridades públicas e das gentes em geral. O que, antes de causar-lhe pesar, provoca é desmedida revolta e acentuada raiva. Isto sim é que o deixa infeliz. Gosta de assobiar baixinho um colar de canções de sua juventude enquanto desfruta da fresca brisa matutina.
Assim é que viu uma viatura policial, sobre a calçada, a bloquear seus passos, perpendicular à pista de rolamento dos veículos motorizados. Para seguir em frente, precisaria disputar espaço com automóveis, motocicletas, caminhões e colocar sua vida em risco. Não teve dúvidas: apotentou-se todo,
dirigiu-se ao policial e passou-lhe um baita pito, tendo, antes, dado uma aula de civilidade sobre a principal função daquele agente público: garantir sobretudo a segurança da população. Tudo em escorreito linguajar.
Naquele dia, faltou ao trabalho. Passou o resto das horas na cadeia. Para aprender que, com autoridade, abana-se a carteira e abaixa-se o rabo. No mais completo silêncio. Ora, onde já se viu?!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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