A CENA DE ONTEM
Ali
A manhã evanescia.
O cálice tombado
Babava a toalha até as franjas.
Gota a gota, o vinho esvaia,
Entregando as manchas
Ao velho tapete das antigas risadas.
O corpo estirado sobre o sofá
Devolvia à sala
O desprezo das costas
Pela ira da casa ferida.
O recado vazio derramava,
Entre a mão e o tecido,
A vontade indesculpável,
A noite flácida das intenções.
O relógio não mais insistia,
Ofegava em badalar.
Martelava, machucava.
A carne tombada dormia esquecida.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
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