quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

HOJE

Quando você abre a porta,
Não sei por quê,
As moscas invadem e nada dizem.
Quando você abre a porta,
Eu abro a boca.
Sei, mas não sei dizer.
Se for eu a abrir,
Não sei, Você...
A porta ali,
As moscas aqui.
E o dia? O que dizer da luz?

Quando você abre a porta,
Encolho a voz e digo:
Não me dê a mão.
Na vez seguinte, já sei:
Prefiro não.
E você abre a porta, meu deus!
Prefiro não.

Não sei se você sabe,
Mas, hoje, nem padeiro,
Nem leiteiro,
Nem você,
Ninguém.
Não passaram.
Não.

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