PREPOSIÇÕES
...numa espécie de limiar, entre a necessidade da escrita e a inutilidade da leitura. A forma mais expressiva da solidão em arte.
Sobre quais escombros edificarei meus traços e alinhavarei os fios de meus novelos incertos?
Contra quais muros surrarei as mãos em bacias de sangue retórico?
De cada noite reiniciada tomarei, às cegas, o travesseiro que me deixará mentir cada grão dos mingaus matinais.
Para a mesma direção, o caminho difuso que me trará de volta ao silêncio dos medos.
Aos lábios mordidos retribuirei com o frêmito da inutilidade dos dedos.
Por teimosia, me apaziguarei nos cinco cantos de meu quarto,
Para reagrupar os membros despedaçados e seguir em frente,
Num mover-se para sempre imóvel.
Salvador – julho de 2013
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