terça-feira, 23 de julho de 2013

PREPOSIÇÕES


...numa espécie de limiar, entre a necessidade da escrita e a inutilidade da leitura. A forma mais expressiva da solidão em arte.

Sobre quais escombros edificarei meus traços e alinhavarei os fios de meus novelos incertos?

Contra quais muros surrarei as mãos em bacias de sangue retórico?

De cada noite reiniciada tomarei, às cegas, o travesseiro que me deixará mentir cada grão dos mingaus matinais.

Para a mesma direção, o caminho difuso que me trará de volta ao silêncio dos medos.

Aos lábios mordidos retribuirei com o frêmito da inutilidade dos dedos.

Por teimosia, me apaziguarei nos cinco cantos de meu quarto,

Para reagrupar os membros despedaçados e seguir em frente,

Num mover-se para sempre imóvel.

Salvador – julho de 2013

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