quinta-feira, 5 de dezembro de 2013


Hotel Room by Edward Hopper
UM AMOR

Você bate à porta,

A porta bate.

Você chega,

O silêncio ouve atento.

Você come,

O prato é vazio.

Você é ontem, anteontem.

Você é nunca mais.

Pegue os grãos ínfimos do chão.

Aqueles que fizeram em tapete,

Em romance,

Em que mais não sei.

Há um mingau, um horário,

Um ventre na estação. Um tempo.

E a voz que sempre se calou.

Se apresse,

É o trem.

A.     R. Falcão - novembro de 2013

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