PEDRA
Não tem pressa de
futuros.
Uma pedra é uma caixa de
tempos,
Compacta.
É um teatro de silêncios
alusivos.
A pedra observada é
testemunha;
Tocada, é invasiva;
Repousada é movente.
Em sua imanência,
Nos conta muda
Todas as histórias de
buscas
Que ela já guardou pra
si.
É como espelho cansado
Recolhido pra dormir
No ócio de existir.
Uma pedra é uma
advertência,
Um insulto na escuta,
Um vazio pelo avesso,
Um pouco-caso por carências:
Nos dispensa sem ofensas.
É elidente e consistente.
Seu escárnio diário
É nossa insignificância
Em todas as empurradas
manhãs.
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