CONTRA-HOMENS
Atente:
A metafísica dos objetos
Que nos cercam,
As almas desvalidas
De nossos não-pedaços.
Somos aquilo que é o
escuro dos espelhos.
Nos olham no engolido dos
ralos,
Das pias que nos engolem.
Nossos objetos
esquecidos,
Ressentidos, vingativos.
Os objetos nos cobram.
Vamos por aí aos
retalhos.
A mão se abre na sede
E na luz dos desertos.
A vida?
Ela, inexorável, continua
À nossa revelia.
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