O ENDEREÇO
O amor, onde ele está?
Sem culpa, sem merecimento.
Sem o véu abstrato
Que me fará nu
Onde não sou, não estou.
Onde, enfim, não sei;
Onde mastigo uma vaga
Farinha de memórias
Não-minhas.
Sei, não sou. O amor?
Onde ele está?
Nos fios da vassoura, no tapete,
Na pá de lixo, no silêncio dos corredores?
No arrepio de frio? Na meia furada?
No escuro da lâmpada queimada?
No diamante que se perdeu?
Num ralo de pia?
Onde ele não está no espelho?
Não tenho e não quero
O que não devo tomar
Pelas mãos, pés e peito bruto.
O amor? Onde ele está?
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