O INCONTORNÁVEL
Nos confins
Do em-comigo,
A escuridão é o silêncio da luz
E, nos meus remotos labirintos,
O silêncio é a escuridão dos sons indesejados;
Os bolsos, cofres das minhas trêmulas mãos
E as casas e botões da camisa
As janelas de minha pele envelhecida.
Guardo o tempo
Num relicário bordado em fios de fina seda
Pelos dias iluminados
Dos distantes banhos de rio da infância.
Hoje, amanheço contra os lençóis,
Inimigo da cidade,
Avesso às vozes redundantes e vazias,
Trucidado nas ruas envenenadas,
Na ira das passadas.
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