QUASE
A música que passa,
O mingau desce até,
A almofada se ajeita sob,
A luz insidiosa pede licença.
Olho todos os livros
E o silêncio me faz.
Agora sou quase feliz.
Só não sou inteiro,
Porque inteiro é o abacate ali;
As jabuticabas, as bananas e as maçãs.
E não sei o que são
Meus pés, meus dedos.
Sou uma espécie de quase homem
E o Amazonas dorme nessa noite
Bravo, muito bravo.
Que lençol é esse que mal
Me cobre?
O inseto que me cumprimenta?
O amor foi uma coisa
Que me visitava.
O rio era largo.
Foi quando nadava sob a água
E ela me amava. Eu era quase feliz.
Depois, depois, depois quase dormi.
A.
R. Falcão - novembro de 14
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