sexta-feira, 21 de novembro de 2014


QUASE
 

A música que passa,

O mingau desce até,

A almofada se ajeita sob,

A luz insidiosa pede licença.

Olho todos os livros

E o silêncio me faz.

Agora sou quase feliz.

Só não sou inteiro,

Porque inteiro é o abacate ali;

As jabuticabas, as bananas e as maçãs.

E não sei o que  são

Meus pés, meus dedos.

Sou uma espécie de quase homem

E o Amazonas dorme nessa noite

Bravo, muito bravo.

Que lençol é esse que mal

Me cobre?

O inseto que me cumprimenta?

O amor foi uma coisa

Que me visitava.

O rio era largo.

Foi quando nadava sob a água

E ela me amava. Eu era quase feliz.

Depois, depois, depois quase dormi.

 

A.     R. Falcão - novembro de 14

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