A árvore me dá a permanência.
Você não.
Cada ponto de sua agulha,
Cada alça de sua braçada,
Cada rio de seu corpo,
Sob as águas que abraçam
O fio de seu tecido,
Abrem o dia de todos os dias
Que alisam o lençol das horas.
É melhor adormecer no pomar
E pensar que as frutas amadurecem,
Os pássaros pavoam,
Os velhos adormecem
E as nuvens navegam.
Fico aqui na contemplação
Do botão
Da resvaladiça margarida.
Como as formigas,
Você passa, passará
No meu intransponível ontem.
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