quarta-feira, 27 de maio de 2015


AJUSTAMENTO

Você é uma ave sem felpas.
Descende
Dos avós sem paletós.
É sobrevivente,
Passeia pelo parque
E não é vista.
Come as uvas
Sem tocar a videira.
Bebe o vinho
Nas nuvens que cavalgam
Sua cegueira permanente.
O que mais quer?
O brinco da princesa?
A adaga do assassino?
Durma enquanto a noite
Aquece o travesseiro
E lhe nascem as penugens
Para a vida inútil
Para qual a lançaram.
Ponha os pingos nos is,
Os tremas nos us
E a dor no seu impossível lugar.


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