terça-feira, 3 de novembro de 2015


SANDEU

Abrumei-me sob a palavra.
Entregue-me sob a porta.
Inesperada e indesejada
No domingo ensolarado,
Que, de súbito, se fez medonho.

Abrumaram-se, sob a palavra,
Meus velhos sapatos, o paletó puído
E as árvores alindadas de setembro.

Não sabia que seria servida.
Sem aviso, sem o sentido
Que ali ignorava
E que sabe a fel.

Abrumei-me ainda mais
Sobre o dicionário
Que se arrumou apedeuta
E não me iluminou.

Deitei-me a imaginar a mão
Que plantou a névoa
Invasora, a desmedida,
A impérvia,
A sempre impraticável palavra.

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