segunda-feira, 15 de agosto de 2016


ABISMO

Penso ociosamente num lago,
Um fim de tarde;
À margem, sento-me a observar.
Penso mais: sou um assassino,
O assassino do lago.
Minhas vítimas, em fila,
Vêm me cumprimentar.
Executo-as uma a uma.
Depois, cansado, adormeço ali.
Desejo transportar essas imagens
Sinistras para a nuvem de um sonho
Mau. Fracasso.
O imaginado não descola de mim
E o sonho é uma recusa.
Não,
Não fui eu, não sei de nada.

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