MANETA
Sobre esta mesa, havia
Palavras não-cruzadas,
Espalhadas sob meu olhar.
Depois, meus papéis embranqueceram.
A cabeça não, esta é um inferno.
Estou no litoral
Como estaria em qualquer lugar.
A meninada esparramada na pracinha
Trama planos escalafobéticos.
Desfruto a aragem nas orelhas, na nuca
E meu coração é quase macio.
O mar me aguarda aflito, ensimesmado
E a arrogância rasga os papéis
Sobre esta mesma mesa. Sobre mim.
O mesmo intransponível mim.
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