Há
inesperados lugares repousantes. Um deles é um umbigo singular e plural, como
ficam na frutificação das amoreiras. Dormir no umbigo de uma única amora é o
melhor local, mudo e violeta, numa noite indefinível onde podemos habitar,
antes do apodrecimento da fruta, antes do bico de um passarinho, um sono de
formiga. Lá não somos amigos de ninguém, por falta de espaço. Basta a doçura
daquele cobertor miúdo, constrito, restrito, onde não cabem telefones, chamados
imprevistos e o vento repousa na sombra do chão tingido de nós mesmos.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
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