quarta-feira, 1 de março de 2017


REMETENTE

As dobradiças das portas
E janelas
São novas.
A grama está aparada.
E as azaleias estão floridas.
As laranjeiras, carregadas.
Não há tiriricas na calçada,
A rua foi varrida e eu,
Estou no telhado, com binóculos:
O trem não chegou, não há ônibus.
Correio não há.
Mas a casa,
Agora, mais uma vez,
Será fechada, quando já foi.
Tudo será "há muito tempo",
Porque vou dormir
Em direção incerta,
Em travesseiro amorfo,
Num homem difuso,
As cortinas abertas.

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