quarta-feira, 1 de março de 2017



PARTI PRIS

A mão não deveria
Estar aí
Visto que passageira
No furacão dos dias.
Aí é a pedra,
Senhora dos tempos.
Por cima ainda,
É mole a mão,
A rocha não,
É compactada pela vez,
Lastro em assegurada serventia.
A mão é flutuante,
A pedra é permanente
Em seu soberbo sossego.
A mão é volúvel,
Furta, bate
E, quando afaga,
A aleivosia mais quer que dá.
A pedra, em seu silêncio, escuta
E lacra os mais incofessáveis segredos.
Sussurre seus amores improváveis.
A mão finda,
A pedra não,
Sela o que jaz apodrecido.
É sobre ela que
Rezam os homens das perdas
Entristecidos.

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