IDA E VOLTA
Sozinhos
São sete milhões.
O dia amanhece em noite escura.
O ronronar-ruminar do tráfego.
O cata-feijão cotidiano.
Os passos parvos rumo
Ao destino vazio do mesmo.
Sou medonho.
Meus dedos dedilham um mingau
De repulsiva espera
Por bocas ocas e olhares vadios.
Paus secos, venenos frescos.
Sou fedorento.
Acordar e afundar
No desfazer a barba assanhada,
Num corpo que esmola o repouso doce do tempo,
Sem a marca das horas,
Sem a vez do água-sabão
E do pão-café. Sou acelerado.
A noite amanhecerá em dia escuro.
Virei a sonhar um sono qualquer
Nesse lençol amarfanhado,
Nessa cama que não emite convite.
Sou estranho, desmantelado.
Salvador, julho de 2011
domingo, 24 de julho de 2011
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