segunda-feira, 28 de abril de 2014


thumbnail of Excursion into Philosophy
A SINA

 

Seu travesseiro é feito de ferro

Tramado a frio,

Com mãos que, por fim,

Esfacelam-se.

Lagartixas ficam de molho

No sabão em pó.

Alegram sua cozinha,

Sua cotidiana intensidade.

Bebe coisas  de que o Cão

Suspeita e sugere.

E abre o peito

Para aquilo que o fere.

Vai para o mundo,

Para dissipações.

A sombra de um fidalgo

Que pisa perigos medonhos.

Depois, não adormece,

Não come, não lembra,

Não sabe, nem quer saber.

Bebe águas e pensa triste

No mel que não lhe foi servido.

Paga o que não devia

E divaga na baba muda,

Entre sacos e sonhos não sonhados.

Lê sem fim.

Parece que nunca dorme, nunca amanhece.

Nenhum comentário: