sexta-feira, 25 de abril de 2014


MAIS AINDA AINDA MAIS

 

Tudo conspira.

Se você tiver,

Como tenho a página,

A ideia mais tola e prosaica:

A flor.

Saiba que dela não terá

O consolo: a meta-flor.

Terá, se muito, a página

Que o espera, farta

De sua miséria.

Olhe em frente:

Não terá o mínimo,

Nem o branco.

O nada é uma metáfora

Vaga e pedestre

De alguém que ainda vaga

Catando tique-taques nos relógios quebrados,

Na mão, nos dedos, no que caiu

Ou saiu. O pó.

Agradeça às moscas, às baratas,

Aos pequenos que insisto em matar.

E durma a noite

Das nuvens sem noites.

Agradeço de muita má fé.

Falcão – abril de 2014

Nenhum comentário: