“É
CUM NÓIS, MANO!”
Começo por uma obviedade: o homem é
um animal social, pois é. Ocorre que só se habilita para isso a partir da
aquisição da linguagem oral e, mais tarde (ou nunca), a escrita. Elas são suas
formidáveis ferramentas, as de primeira grandeza. Delas decorrem o resto: seu
mundo interior e a pluralidade de suas relações com o exterior (o indispensável
outro), sobre o lastro de memórias e sonhos, as matérias-primas das
narrativas sem fim - a consciência, o pensamento. Sua constituição, sua
essência em movimento para construir-se.
Hoje, em processo de autodestruição,
o homem começa por pisar na linguagem que encontra ao nascer e desenvolver-se –
o maior legado, e por retornar ao uso da força bruta (arma branca, de fogo,
pau, pedra, mão grande, chute etc. tanto faz). É só ler e ouvir a expressão
verbal empobrecida desses adultos e molecadas idiotas que povoa as redes
sociais na “web” e a multiplicação, fora de controle, das mais diversas
atitudes violentas, provocando, às vezes, danos irreparáveis. Causas conhecidas
e discutidas à exaustão. Pra nada. A gente chega lá, de volta, quando nem
sabíamos ainda usar o fogo. Quem sabe reste alguém pra contar a história, quem
dera?!
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