GOLE SECO
A terra
em que nasceste”.
Conde
de Alfonso Celso
Para não esquecer: o que será, será;
o que virá, virá inclemente. Perdemos muitos estudiosos de ontem para ganharmos
uma manada de idiotas internautas. A burrice em febre. Mais da metade dos
jovens brasileiros nem terminaram o ensino médio. Tomem-se maiorias: a maioria
dos bacharéis em Direito não é aprovada no exame da OAB (Justiça); apenas 52%
dos formandos em Medicina conseguiram aprovação na avaliação do Conselho
Regional de Medicina (SP)- (Saúde); a maioria dos universitários não entende o
que lê (Educação); mais brasileiros têm morte violenta, mais que os mortos no
Iraque e Afeganistão (Segurança); cento e tantos parlamentares sob a mira do
Ministério Público (Política). Uma latrina.
Outra vez, para não esquecer:
espalham-se as falsas declarações, ficções tomadas como fatos e as deslavadas
mentiras de má-fé (a eleição de Trump foi beneficiada por crimes cibernéticos como
esses). Por que e como pessoas se ligam e frequentam essas redes sociais? É o
tripé: ignorância, ingenuidade e burrice. A porcaria infiltrada no coração das
massas sempre toscas – o nosso tempo infeliz. Antes de se atribuir a este autor
a pecha de “puro preconceito”, ler o editorial da Folha S. Paulo, de 27.XI.16, A Perna Longa da Mentira. A maioria dos crimes de furto e roubo
(61,25%), em São Paulo, tiveram como objeto “smartphones”. Agressores e
agredidos numa alimentação recíproca, nas ruas, nos restaurantes, nas escolas,
shows e nos confins do inferno.
Num país territorialmente extenso,
espalham-se, de norte a sul, de leste a oeste, apedeutas para todos os gostos.
Agora, munidos de maquininhas, de colunas dobradas e olhos fixos assustadores.
Não é comovente, é apavorante. Sentem-se felizes e melhores; com as cuecas sujas,
chicles, tatuados e com o futuro em bolsos furados. Para engolirmos e engasgar
com o lixo das ruas. Nosso “habitat”.
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