quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017


NADICA DE NADA

Às vezes, muito às vezes,
Uma formiga atravessa a mesa.
Quase sempre, um inseto alado
Cruza o ar em voo, sem escalas,
Para Paris. Eu fico.
Em minhas mãos, muitos camelos.
Em meus olhos, que são desertos úmidos,
Gotas das coisas muito antigas
Que coloriam sombras
Em meu quintal da infância.

Nenhum comentário: