GENETICAMENTE MODIFICADOR
Aproveitando a polêmica algo confusa dos organismos geneticamente modificados, em que não se sabe quem tem razão e em que tantos interesses são camuflados, não custa lembrar as inúmeras modificações perpetradas na paisagem natural pela humanidade; ontem, hoje e sempre. Olhe pela janela: onde está a natureza natural (expressas desculpas pela redundância necessária)? Montanhas são removidas (Itabira-MG), florestas desaparecem ou são replantadas (floresta da Tijuca-RJ); canaviais, cafezais, laranjais redesenham paisagens, e por aí vai. Mas os horizontes aqui não são tão amplos.
Penso nas inocentes ponkans, no humilde milho que conhecemos - não é o mesmo que nossos antecedentes remotos conheceram - e em tantos outros enxertos e modificações criadas pelo gênio humano na sua luta contra as pragas e fome devastadoras. O purismo na defesa da natureza é muitas vezes fruto de ignorância e ingenuidade. Aqueles que fazem questão de comer unicamente verduras orgânicas (expressão meio tola, porque desconheço verdura que não seja orgânica) esquecem que não se aplaca a fome de milhares de pessoas com hortinhas ecologicamente corretas. A expansão demográfica custa um preço, muitas vezes doloroso e cujas conseqüências não sabemos medir com precisão.
Alguém deve estar pensando: este cronista faz o jogo da multinacional Monsanto. Não chego a tanto; meus tentáculos não vão tão longe; minhas conjecturas são infinitamente modestas. Costuro essas palavras tendo em mente prosaicos quiabos, almeirões, rúculas, alfaces e outras delícias perdidas. Vocês já repararam que, em nome da estética, os vegetais, nas feiras e supermercados, são cada vez maiores, bonitos e completamente sem graça. O almeirão já não amarga; o agrião não arde; o quiabo quase não tem baba; o jiló vai ficando doce; o limão não azeda; a cenoura já está lembrando chuchu; vamos parar por aqui que a lista vai ficando interminável. O ser humano é um incorrigível modificador.
Acomode-se no sofá e, desfrutando a virtuosidade do ócio imaginativo, espere para os próximos anos: água sólida, areias com textura de seda, chuva enxuta etc. Se o homem foi capaz de fazer óleo de fígado de bacalhau (argh!) com sabor morango, cabe a você antecipar o resto. Não estou brincando.
Antônio Rebouças Falcão
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
A REPÚBLICA
A vida republicana supõe, desde sempre, relações contratuais entre pares, que dispõe de espaço comum. Demarcam-se movimentos, barulhos, vontades, limites concretos e outros, abstratos. Até que a morte nos separe, ou, em inconveniência, sob justiça convencionada, o castigo, a pena. A vida adulta, que se aprende na escola - a iniciação à existência pública - nasce deste divórcio inaugural, entre tantos outros inaugurais. Bem, poderia dizer, a vida é divórcio e dor...
O que se vê no Brasil é uma "perda de delicadeza" (C. B. de H.) e o rasgar da vida republicana. O que eu quero eu tomo do outro. Sem lei. A polícia lhe pede, por fora, a proteção do patrimônio. E cale a boca. Perdemos a nossa integridade corpórea quando, contra a voz, alegamos direitos constitucionais. A lei, ora a lei...
O direito à vida, fundamental, é moeda de troca. O Estado, monopolizador, por contrato, da violência, a que reza os contratos da res publica, o violenta. Você é burro, antes de escovar os dentes. Você é brasileiro.
Nas metrópoles, isto se dá às claras. No interior, quase sob lençóis, sob véus. A gente sempre sabe quem é, quem foi, quando, onde, por que e como. Perplexos, gastamos a vida no para quê.
Agora, não espere, saia de casa, tranque-a muito bem. Seu único objetivo é uma dúzia de bananas, nesta manhã de domingo. Não se lembre daquilo que você não deve se lembrar (seus males), vá em frente, o dia é bonito, a carne é franca (Não se esqueça: a questão social é uma questão de polícia). Vá. A picanha é macia.
Mas você não pode comprá-la. Nem imaginá-la. Seu mal é imaginar com a liberdade privada que lhe resta. Vá. Não seja nem brasileiro, nem escove os dentes. Nem antes, nem depois. O outro, o Estado o aguardam.
Fique na sua. A república saiu de moda. Agora é faca.
A vida republicana supõe, desde sempre, relações contratuais entre pares, que dispõe de espaço comum. Demarcam-se movimentos, barulhos, vontades, limites concretos e outros, abstratos. Até que a morte nos separe, ou, em inconveniência, sob justiça convencionada, o castigo, a pena. A vida adulta, que se aprende na escola - a iniciação à existência pública - nasce deste divórcio inaugural, entre tantos outros inaugurais. Bem, poderia dizer, a vida é divórcio e dor...
O que se vê no Brasil é uma "perda de delicadeza" (C. B. de H.) e o rasgar da vida republicana. O que eu quero eu tomo do outro. Sem lei. A polícia lhe pede, por fora, a proteção do patrimônio. E cale a boca. Perdemos a nossa integridade corpórea quando, contra a voz, alegamos direitos constitucionais. A lei, ora a lei...
O direito à vida, fundamental, é moeda de troca. O Estado, monopolizador, por contrato, da violência, a que reza os contratos da res publica, o violenta. Você é burro, antes de escovar os dentes. Você é brasileiro.
Nas metrópoles, isto se dá às claras. No interior, quase sob lençóis, sob véus. A gente sempre sabe quem é, quem foi, quando, onde, por que e como. Perplexos, gastamos a vida no para quê.
Agora, não espere, saia de casa, tranque-a muito bem. Seu único objetivo é uma dúzia de bananas, nesta manhã de domingo. Não se lembre daquilo que você não deve se lembrar (seus males), vá em frente, o dia é bonito, a carne é franca (Não se esqueça: a questão social é uma questão de polícia). Vá. A picanha é macia.
Mas você não pode comprá-la. Nem imaginá-la. Seu mal é imaginar com a liberdade privada que lhe resta. Vá. Não seja nem brasileiro, nem escove os dentes. Nem antes, nem depois. O outro, o Estado o aguardam.
Fique na sua. A república saiu de moda. Agora é faca.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
O bêbado e o mar
A embriaguez é uma forma peculiar e, ao mesmo tempo, comum de reclusão: você se encharca de um líqüido estranho ao corpo que o atira a um processo de dissolução, em que todas as atitudes sociais estabelecidas se dissipam; quando esses nós rígida e prolongadamente atados, impostos e auto-impostos, ao longo da vida pública, se estilhaçam na implosão do porre e na aniqüilação da ressaca; como o mar ao não se conformar com os limites impostos pelas barreiras naturais e artificiais da costa.
Repare como o bêbado, assim como destrói o que fisicamente o cerca, através de pancadas, tombos, quedas e trombadas involuntárias, destrói-se no desarticulado da elocução e na sintaxe do discurso excessiva e inutilmente expandido, diluindo-se no líqüido que anteriormente ingeriu; num contínuo alternar-se entre maré cheia e vazante - esta, a reclusão do auto-engolir-se quando não mais restam garrafas e copos a esvaziar e nem esqueleto firme para sustentar-se; restando-lhe as horizontais do chão ou da cama. E o horizonte de seus próprios monstros no que, de si, resulta desidratado. Submerso na superfície da solidão inexorável e comum a todos, que, inevitavelmente, também desaparecerão, deixando apenas como rastro farelos de lembranças.
Marés influenciadas por uma segunda, antiga e incógnita lua que orbita em torno de uma existência subitamente percebida como precária e destituída de sentido. Então, os outros vão embora - às vezes, para sempre. Resta-lhe recolher os cacos e andrajos para mover-se de novo, pública e privadamente, na perversão da autocomplacência ou na urgente necessidade em deslocar-se com a vida para a frente. Sem, de novo, saber bem pra quê.
agosto de 2007
A embriaguez é uma forma peculiar e, ao mesmo tempo, comum de reclusão: você se encharca de um líqüido estranho ao corpo que o atira a um processo de dissolução, em que todas as atitudes sociais estabelecidas se dissipam; quando esses nós rígida e prolongadamente atados, impostos e auto-impostos, ao longo da vida pública, se estilhaçam na implosão do porre e na aniqüilação da ressaca; como o mar ao não se conformar com os limites impostos pelas barreiras naturais e artificiais da costa.
Repare como o bêbado, assim como destrói o que fisicamente o cerca, através de pancadas, tombos, quedas e trombadas involuntárias, destrói-se no desarticulado da elocução e na sintaxe do discurso excessiva e inutilmente expandido, diluindo-se no líqüido que anteriormente ingeriu; num contínuo alternar-se entre maré cheia e vazante - esta, a reclusão do auto-engolir-se quando não mais restam garrafas e copos a esvaziar e nem esqueleto firme para sustentar-se; restando-lhe as horizontais do chão ou da cama. E o horizonte de seus próprios monstros no que, de si, resulta desidratado. Submerso na superfície da solidão inexorável e comum a todos, que, inevitavelmente, também desaparecerão, deixando apenas como rastro farelos de lembranças.
Marés influenciadas por uma segunda, antiga e incógnita lua que orbita em torno de uma existência subitamente percebida como precária e destituída de sentido. Então, os outros vão embora - às vezes, para sempre. Resta-lhe recolher os cacos e andrajos para mover-se de novo, pública e privadamente, na perversão da autocomplacência ou na urgente necessidade em deslocar-se com a vida para a frente. Sem, de novo, saber bem pra quê.
agosto de 2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
CRIANÇAS
A Izolda
Não me diga,
Nem me faça.
No beco da noite escura,
Não se deixe.
Contemple,
Seu rosto não pinte.
As armas do crime,
Não entregue.
Cante nos dentes
Canções,
Sossegos de ontem,
E adormeça.
A morte penteia as vísceras
Na noite escura.
Um beco é a chave
De uma outra chave.
Caminhe por ele e tome
Pra si
O vento frio,
Tão seu no calor íntimo
De seus bolsos vazios.
A voz cala a pesar.
Não entregue,
Nem distribua nada.
O que nada tem.
Procure a morte naquilo
Ali que nada em suas mãos quentes.
Sua vida, encontrá-la. Está também ali.
Nós somos assim:
Deuses,
Águas dos rodos
Empurrados pelas
Crianças.
Elas grafitam o mundo
E dispensam passado
Num futuro há muito esquecido.
Deuses morrem
Num sempre e vão começo,
Uma calçada molhada pelo tempo.
Agosto 2007
A. R. Falcão
A Izolda
Não me diga,
Nem me faça.
No beco da noite escura,
Não se deixe.
Contemple,
Seu rosto não pinte.
As armas do crime,
Não entregue.
Cante nos dentes
Canções,
Sossegos de ontem,
E adormeça.
A morte penteia as vísceras
Na noite escura.
Um beco é a chave
De uma outra chave.
Caminhe por ele e tome
Pra si
O vento frio,
Tão seu no calor íntimo
De seus bolsos vazios.
A voz cala a pesar.
Não entregue,
Nem distribua nada.
O que nada tem.
Procure a morte naquilo
Ali que nada em suas mãos quentes.
Sua vida, encontrá-la. Está também ali.
Nós somos assim:
Deuses,
Águas dos rodos
Empurrados pelas
Crianças.
Elas grafitam o mundo
E dispensam passado
Num futuro há muito esquecido.
Deuses morrem
Num sempre e vão começo,
Uma calçada molhada pelo tempo.
Agosto 2007
A. R. Falcão
Maré Minguante
A busca por um
Verbo que eu, puxando,
Me leve a águas
Menos rasas, no escuro
Mais profundo do
Desamparo humano;
E da solitude mais vadia
E mais inútil em que nos
Atiramos por inteiro e rasgados,
Nos interstícios mais vastos
Dos céus e mares que
Mutuamente se espelham,
Na inveja da incompletude,
Do amor que não se quer fazer
- Lua vazante -
E em vão se procura;
E que, antes de minguar, jaz aqui.
antônio rebouças falcão
abril 2005
A busca por um
Verbo que eu, puxando,
Me leve a águas
Menos rasas, no escuro
Mais profundo do
Desamparo humano;
E da solitude mais vadia
E mais inútil em que nos
Atiramos por inteiro e rasgados,
Nos interstícios mais vastos
Dos céus e mares que
Mutuamente se espelham,
Na inveja da incompletude,
Do amor que não se quer fazer
- Lua vazante -
E em vão se procura;
E que, antes de minguar, jaz aqui.
antônio rebouças falcão
abril 2005
Crônica da palavra assassinada
Um problema que vem, há muitos anos, preocupando escritores, filósofos e estudiosos é o empobrecimento da linguagem nas sociedades de massa, chamada também de cultura da nova oralidade. O que tem assustado tanto? O crescente analfabetismo funcional e o abandono da civilização da escrita, base de todo o conhecimento desenvolvido pelo Ocidente.
Como se verifica isso? Na pauperização da fala de todos, entendida como redução de repertório vocabular, incapacidade de compreensão de um texto elementar, desarticulação sintática, escravidão a frases feitas, jargões, slogans; aumento crescente do consumo da baixa literatura, queda mundial da venda de jornais e baixa qualidade da educação. Apenas um exemplo eloqüente: lingüistas, num exame da língua inglesa moderna, perceberam que o número de palavras no uso cotidiano da maioria da população poderia já estar reduzido a trinta e quatro. A maioria do atos de comunicação corrente se serve dessa miséria verbal alarmante.
No Brasil, é muito fácil notar o mesmo fenômeno na fala dos jovens: um número desmesurado de palavrões e muletas verbais como “mano”, “bagulho”, “tipo de”, “saca”, “meu truta” etc. Entre adultos (escolarizados, é bom que se diga), pragas intoleráveis como “a nível de”, “resgatar” (onde foi o seqüestro?), “como um todo”, “auto-estima” (por que não o nosso velho e bom amor-próprio?), “stressar” (por que não o nosso velho e bom estafar?) etc. Nesta mesma faixa etária, jargões profissionais obscuros que ocultam mediocridade monumental, teses acadêmicas inúteis e ilegíveis.
Numa escola em que trabalhei por quatro anos, fiz um levantamento sistemático entre os professores: ninguém assinava um jornal ou revista, liam apenas auto-ajuda e bobagens esotéricas. O que pode resultar disso?
As pessoas (as que ainda falam sem grunhir) não perceberam que tragédias como o nazismo e o stalinismo começaram seus crimes inomináveis perseguindo, prendendo e matando escritores; mas antes fizeram um competente trabalho empobrecendo a grande língua alemã, destruindo a literatura russa. No Brasil, o mesmo trabalho já começou.
Sejamos responsáveis, começando por desligar a televisão; depois, parar de tagarelar inutilidades em todos os lugares e aparelhos; mais tarde, fazer silêncio. Por fim, redescobrir as palavras em toda sua delicadeza e força criativa. Quem sabe voltemos a pensar, falar e dialogar de novo!
Antônio Rebouças Falcão
Um problema que vem, há muitos anos, preocupando escritores, filósofos e estudiosos é o empobrecimento da linguagem nas sociedades de massa, chamada também de cultura da nova oralidade. O que tem assustado tanto? O crescente analfabetismo funcional e o abandono da civilização da escrita, base de todo o conhecimento desenvolvido pelo Ocidente.
Como se verifica isso? Na pauperização da fala de todos, entendida como redução de repertório vocabular, incapacidade de compreensão de um texto elementar, desarticulação sintática, escravidão a frases feitas, jargões, slogans; aumento crescente do consumo da baixa literatura, queda mundial da venda de jornais e baixa qualidade da educação. Apenas um exemplo eloqüente: lingüistas, num exame da língua inglesa moderna, perceberam que o número de palavras no uso cotidiano da maioria da população poderia já estar reduzido a trinta e quatro. A maioria do atos de comunicação corrente se serve dessa miséria verbal alarmante.
No Brasil, é muito fácil notar o mesmo fenômeno na fala dos jovens: um número desmesurado de palavrões e muletas verbais como “mano”, “bagulho”, “tipo de”, “saca”, “meu truta” etc. Entre adultos (escolarizados, é bom que se diga), pragas intoleráveis como “a nível de”, “resgatar” (onde foi o seqüestro?), “como um todo”, “auto-estima” (por que não o nosso velho e bom amor-próprio?), “stressar” (por que não o nosso velho e bom estafar?) etc. Nesta mesma faixa etária, jargões profissionais obscuros que ocultam mediocridade monumental, teses acadêmicas inúteis e ilegíveis.
Numa escola em que trabalhei por quatro anos, fiz um levantamento sistemático entre os professores: ninguém assinava um jornal ou revista, liam apenas auto-ajuda e bobagens esotéricas. O que pode resultar disso?
As pessoas (as que ainda falam sem grunhir) não perceberam que tragédias como o nazismo e o stalinismo começaram seus crimes inomináveis perseguindo, prendendo e matando escritores; mas antes fizeram um competente trabalho empobrecendo a grande língua alemã, destruindo a literatura russa. No Brasil, o mesmo trabalho já começou.
Sejamos responsáveis, começando por desligar a televisão; depois, parar de tagarelar inutilidades em todos os lugares e aparelhos; mais tarde, fazer silêncio. Por fim, redescobrir as palavras em toda sua delicadeza e força criativa. Quem sabe voltemos a pensar, falar e dialogar de novo!
Antônio Rebouças Falcão
UM AMOR
Estive olhando as pessoas:
Pareciam-me tristes como
Gatos que andam pra trás.
O sol era azul e os pássaros dormiam
De olhos vermelhos.
Como carambolas claras
Lavando pirulitos na pia.
Ando triste, vendo pessoas mais tristes ainda.
E ainda ontem sabia:
Os ventos que formigavam a areia
Eram a rapariga.
Uma daquelas.
Esta que é quê.
E aquela que é nada.
Por ter tanto
Olhado as pessoas,
Pensando tê-las
Em vê-las,
Sei: não sei.
antônio rebouças falcão
julho de 2002
Estive olhando as pessoas:
Pareciam-me tristes como
Gatos que andam pra trás.
O sol era azul e os pássaros dormiam
De olhos vermelhos.
Como carambolas claras
Lavando pirulitos na pia.
Ando triste, vendo pessoas mais tristes ainda.
E ainda ontem sabia:
Os ventos que formigavam a areia
Eram a rapariga.
Uma daquelas.
Esta que é quê.
E aquela que é nada.
Por ter tanto
Olhado as pessoas,
Pensando tê-las
Em vê-las,
Sei: não sei.
antônio rebouças falcão
julho de 2002
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